A ideia de felicidade conjugal depende da expectativa que se tem da união. Algumas décadas atrás, uma mulher se considerava feliz se seu marido fosse bom pai de família, protetor e provedor. Para o homem, a boa esposa seria a que cuidasse da casa e dos filhos. “Hoje, as expectativas tornaramse mais difíceis de serem satisfeitas”, filosofa Regina Lins. Difíceis, sim, mas não impossíveis. Uma das principais alegações dos casais que se divorciam é que o casamento caiu na rotina. “Na terapia, tentamos ajudar a quebrar o ciclo, evitando as ciladas que o tempo de relação vai criando. É preciso identificar os comportamentos que irritam cada um e analisar a reação de ambos os lados para poder mudar o rumo das coisas. Isso ajuda a entender que não é o outro que nos faz infelizes, mas a maneira como interpretamos suas atitudes e como reagimos a elas”, explica Lana.
Uma das chaves da felicidade a dois é a capacidade de se adaptar. “Como tudo muda o tempo todo, o casal tem de administrar a imprevisibilidade da vida, sem sobrecarregar a relação com as tensões do dia a dia. Deve desenvolver a capacidade de resolver os problemas juntos”, diz Lana.“Amor companheiro nasce da criatividade, que ensina a lidar com as divergências, sem querer mudar o parceiro”, diz Lidia.
A força de uma relação também depende de preservar os interesses comuns do casal – praticar esportes juntos, dançar, viajar e dividir tarefas do cotidiano. É fundamental ainda ter amigos e hobbies em comum e compartilhar responsabilidades. Tudo isso une um casal. Já a falta de confiança afasta. “Todos temos direito à privacidade. Mas alimentar segredos, omitir fatos importantes e mentir é perigoso”, alerta.
Isso, claro, e mais o afeto. A psicóloga e coach Iraceles Pires, membro da Sociedade Brasileira de Coaching, lembra que nenhum relacionamento sobrevive à falta desse sentimento. John Gottman, professor de psicologia da Universidade de Washington, garante que cônjuges felizes dedicam, no mínimo, cinco horas por semana para a relação. Explicitam o carinho em beijos, abraços, boas-vindas, despedidas calorosas e em declarações públicas e privadas de seu respeito, admiração e gratidão. Para ele, essa seria a fórmula de construir um amor companheiro.
(Texto de Melissa Diniz)
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